SAÚDE: Um guia sobre PrEP
Sáb, 1 Dez 2018
Neste 1 de Dezembro de 2018 partilhamos este guia rápido sobre a PReP por Bruno Maia, Médico e gestor do site Prep.pt
Sobre o VIHSe nos anos 90 alguém descobrisse que existia um comprimido que protegia do VIH com uma eficácia de quase 100%, a pergunta que todes fariam era: “então porque é que ele não está a ser distribuído massivamente e já?” Mas hoje não choca a falta de acessibilidade à PrEP porque a infeção pelo VIH mudou: passou a ser um estado crónico no qual as pessoas com a infeção vivem saudáveis, tomando apenas 2 ou 3 comprimidos por dia. Não obstante isto, continuam a existir taxas de infeção preocupantes em pessoas mais vulneráveis. Os homens que têm sexo com homens (HSH) têm mais infeções por VIH. Ao ritmo de crescimento atual das novas infeções, estima-se que na região de Lisboa, em poucos anos, 1/4 dos HSH vivam com VIH. Estes são dados objetivos, muito bem documentados e semelhantes em todos os países ditos “ocidentais”. Esconder estes números não é combater o preconceito, pelo contrário, é agravá-lo. Não são as maiores taxas de infecção nos HSH que promovem a discriminação, é a discriminação que promove maiores taxas de infecção por VIH.
Sobre a PrEP e "estar indetetável"A PrEP surgiu nos EUA em 2012 e foi aprovada na Europa em 2016. PrEP significa profilaxia pré-exposição e consiste na toma de um medicamento por pessoas seronegativas para o VIH, de forma a impedir que se tornem positivas. O medicamento é o Truvada® - atualmente utilizado no tratamento de pessoas que vivem com o VIH. Sempre que uma pessoa que está a fazer PrEP for exposta ao VIH, o Truvada® impede que o vírus entre nos seus glóbulos brancos e se replique – isto impede o vírus de se disseminar no organismo e como tal não se estabelece a infeção. A PrEP tem uma eficácia de quase 100%, se tomada corretamente.
A PrEP tem uma eficácia de quase 100%, se tomada corretamente.
De acordo com a Direção-Geral de Saúde devem tomar PrEP: pessoas que nos últimos seis meses tiveram relações sexuais sem uso consistente de preservativo com parceiros cujo estatuto serológico para o VIH é desconhecido; pessoas que tenham tido um diagnóstico de infeção sexualmente transmissível; pessoas que utilizem drogas durante as relações sexuais; utilizadores de drogas injetadas que partilham seringas; ou parceiros serodiscordantes em situação de gravidez. A PrEP não é necessária se o parceiro seropositivo está em tratamento e tem carga viral indetectável - “Estar indetetável” significa que o risco de infetar outras pessoas é nulo.
“Estar indetetável” significa que o risco de infetar outras pessoas é nulo.
Usando a PrEP3. pág. seguinte...
Bruno Maia