PortugalGay.pt Pocket!
Índice Notícias
IN MEMORIAM: Isidro, um rapaz da Beira
Qua, 14 Out 2020

1. pág. anterior...
IN MEMORIAM: Isidro, um rapaz da Beira
O 5º e derradeiro boletim do Clube Amigo já se chamava Korpus, mas o encargo financeiro e o anúncio de suspensão do Clube questionam a continuação da publicação: “(…) No início do verão, ele comunicou-me que iria suspender o clube e automaticamente suspender o boletim. Tentei convencê-lo do contrário, em vão. Fiquei extremamente triste, (…) iria perder o meu brinquedo.

REVISTA KORPUS



“Foi mais ou menos nesse período, (…) em conversa com amigos em casa, de repente, imaginei que era capaz de fazer uma revista. Os meus amigos julgavam que eu estava a delirar, eu disse-lhes: "Vocês não acreditam em mim? Esperem para ver". Bastaram duas semanas, eu desenvolvi um projeto, tudo muito artesanal e rudimentar e consegui produzir uma revista, com aquelas características muito modestas. Claro. Na altura mais porque gostava e, por outro lado, para lhes provar que conseguia fazer. (…) mandei fazer 500 cópias – e a temática fazia parte da minha natureza e do meio em que eu me envolvia, daí a temática gay. Só depois de ter lançado este primeiro número é que caí em mim e percebi a dimensão daquilo que fiz. A responsabilidade de tudo aquilo que isso implicava nessa época, assustei-me.”.

Vocação confessa torna-se projeto a tempo inteiro, trabalhar “por conta própria” na Korpus, que conseguiu publicar durante 12 anos, 9 dos quais viveu “exclusivamente para a revista”.. O termo “lgbt” só seria criado e usado anos mais tarde, havia “gays e lésbicas”, ou simplesmente “homossexuais”. Não existiam telemóveis, nem acesso a internet. Em 1998, quando a Korpus, ou seja, ele se muda para Lisboa, escreveu sobre a perceção de preencher um “grande vazio na comunidade homossexual portuguesa” com uma publicação que era “luz na escuridão para muitos leitores”.

À época não havia qualquer outra revista “gay” especializada. Era impressa em papel, distribuída à pata pessoa a pessoa ou no balcão de um bar ou sauna, discoteca, quiosque. No Porto, antes, queixava-se da falta de apoios e de associações na cidade. Não tardariam. “Ao fim de 9 anos”, já em Lisboa há 7, “as dificuldades – tocam-nos a todos. Tive dificuldades financeiras que me obrigaram a procurar um trabalho complementar (…).

CALL CENTER



3. pág. seguinte...

Sérgio Vitorino

PortugalGay.pt Pocket!   @
©2000-2024 Todos os direitos reservados PortugalGay®.pt