HUNGRIA: Marcha do Orgulho LGBT+ vai realizar-se, mesmo com a nova lei anti-LGBT
Seg, 21 Jun 2021
"Achamos que era muito importante mostrar às pessoas LGBT que elas não estão sozinhas", disse Viktória Radványi do Budapest Pride
Viktoria Radványi, do Budapest Pride, disse recentemente ao
Guardian:
Achamos que era realmente importante mostrar às pessoas LGBT+ que elas não estão sozinhas; que não estão abandonadas; que há muitas pessoas que as defendem. E agora é mesmo mais importante mostrar isso.
Radványi acrescentou: que esta ação tem como intenção mostrar a todas as pessoas que têm medo e pensam que não podem ser felizes porque o atual governo "está esmagando os direitos humanos e a liberdade de expressão e a liberdade de mídia", que há esperança e que há muitas pessoas que estão cada vez mais organizadas.
O Orgulho de Budapeste apresentou um
tweet hoje (21 de junho) a indicar que a marcha acontecerá em 24 de julho conforme planeado e "mostrará a verdadeira face do amor e da solidariedade".
A nova lei da Hungria é semelhante à lei da Rússia de 2013 "com o propósito de proteger as crianças da informação que advoga a negação dos valores familiares tradicionais", que efetivamente proíbe a representação positiva da vida LGBT+ para menores. Em 2017, a lei foi considerada uma violação dos direitos humanos pelo Tribunal dos Direitos Humanos da União Europeia
Na quarta-feira (16 de junho), a presidente da Comissão da UE, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE investigaria a Hungria sobre as novas medidas. Ela
manifestou no Twitter que estava “muito preocupada com a nova lei na Hungria. Estamos avaliando se viola a legislação da UE relevante.
Em resposta a secretária de Estado de Comunicação e Relações Internacionais da Hungria, Zoltan Kovacs usou também o twitter
para defender que a lei era sobre "ser capaz de educar os seus filhos sobre essas questões delicadas como você achar melhor", e não contente com isso acho por bem esclarecer que a lei é "sobre criar forte repercussões legais para atos de pedofilia".
A Amnistia Internacional disse sobre a lei: "A associação destas emendas a um projeto de lei que visa reprimir o abuso infantil parece ser uma tentativa deliberada do governo húngaro de associar a pedofilia com pessoas LGBT+." A organização sem fins lucrativos também apelou a outros países da UE para levantar a questão na próxima reunião do conselho da UE, ou seja esta semana.
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