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SAÚDE: Algumas pessoas VIH+ conseguem passar anos sem medicação e com o vírus controlado
Sex, 29 Out 2021

SAÚDE: Algumas pessoas VIH+ conseguem passar anos sem medicação e com o vírus controlado
Duas pessoas ficaram quase 4 anos sem tomar medicação mantendo o VIH suprimido

Um número crescente de casos mostra que algumas pessoas com HIV podem evitar ficar doentes mesmo enquanto pausam a medicação, pois os níveis de vírus no sangue permanecem baixos noticia a NewScientist

Embora eventualmente ambas as pessoas tiveram de retomar a medicação, o estudo dos mecanismos que possibilitaram o controlo do vírus sem medicação pode ser muito importante para futuras estratégias de supressão do VIH.

Na maioria dos casos das pessoas VIH que, por alguma razão, param a medicação o vírus encontra-se "escondido" e começa a multiplicar-se novamente e os níveis no sangue voltam a subir, exigindo o retorno à terapia de medicamentos.

No entanto alguns indivíduos que pausam a medicação para VIH não veem os níveis de vírus no seu sangue a aumentar rapidamente, mas não é clara qual a razão desta resposta diferente. O fenómeno parece acontecer com mais frequência em pessoas que começam o tratamento com drogas anti-VIH nas primeiras semanas após a infeção, talvez porque o vírus não tenha tido oportunidade de se estabelecer em muitas das suas células imunológicas.

O estudo mais recente (Nature Medicine, DOI: 10.1038/s41591-021-01503-6) analisa a situação de duas pessoas que começaram o tratamento anti-VIH precocemente e depois interromperam a medicação como parte de um ensaio de uma vacina terapêutica para tratar infeções pelo VIH, embora tenham recebido uma versão placebo. Quando o vírus não recomeçou a se multiplicar no final do ensaio de seis meses, os dois optaram por não retomar a medicação e realizando exames de sangue frequentes, mesmo depois de saberem que tomaram o placebo.

E conseguiram manter-se sem medicação anti-VIH por 3.5 e quatro anos, embora com diferentes mecanismos imunológicos segundo as pistas que os investigadores estudaram.

Num deles os seus anticorpos conseguiram suprimir a multiplicação do vírus, mas teve de voltar à medicação anti-VIH porque foi infetado com uma variante diferente do VIH (o VIH tem múltiplas mutações em circulação) que os seus anticorpos não conseguiram controlar.

No outro as suas células T conseguiram controlar o vírus diretamente, tendo tido pontualmente alguns aumentos de carga viral mas que foram suprimidos naturalmente. Após 3 anos ele decidiu voltar à medicação anti-VIH.

Neste momento apenas há três pessoas que se acredita tenham conseguido rejeitar completamente o VIH, o que aconteceu porque tiveram cancro e precisaram de um transplante de medula óssea, um tratamento com elevada taxa de mortalidade. Todos receberam medula óssea de pessoas que tinham uma mutação natural que confere às células do sistema imunológico alguma resistência ao vírus.

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