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FRANÇA: Intolerância e transfobia no dia internacional da visibilidade trans
Seg, 8 Abr 2019

Vários homens insultaram, cuspiram e agrediram uma jovem trans que tentava sair do metro parisience no Dia Internacional da Visibilidade Trans.

O vídeo do ataque transfóbico que ocorreu em Paris no passado domingo, 31 de março, terá provocado uma onda de indignação na França. Nas imagens, uma jovem trans é vista emergindo do metro e que é repentinamente insultada, agredida e cuspida por um grupo de homens que se manifestavam contra o governo argelino.

Perante a agressão, vários agentes da polícia francesa tiveram que intervir para a proteger e colocá-la em segurança. A vítima, de nome Júlia, explicou que vários homens bloquearam-lhe a passagem ao sair do metro e que um deles lhe terá dito que "era um homem".

As imagens do ataque transfóbico correram rapidamente através das redes sociais e milhares de utilizadores, entre os quais alguns políticos gauleses, como a presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, mostraram o seu descontentamento e condenação dos actos.

Júlia, de 31 anos, regressava do Canal St. Martin, no elegante e enérgico 10º Arrondissement de Paris, no domingo, quando se deparou com uma multidão de manifestantes perto da Place de la République, que se manifestavam contra o presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, de 82 anos, presidente há longos anos da Argélia antes da sua recente renúncia. Com uma túnica listrada de branco e preto, uma minissaia preta, botas de salto pretas e uma pequena carteira também preta, Julia aproximou-se dos degraus da estação quando vários homens bloquearam o seu caminho.

"Você, na verdade você é um homem", disse-lhe um deles. "Você não vai passar."

Um dos homens, supostamente, atirou-lhe com cerveja, enquanto outro a apalpou nos seios. Um terceiro expôs-se e disse que ela deveria “agradá-lo”

O que aconteceu depois foi capturado em vídeo, que desde então se tornou viral e chocou o país.

Julia é vista tentando abrir caminho através da multidão de cerca de uma dúzia de homens, vários envoltos na bandeira da Argélia, que parecem estar a gritar-lhe insultos.

Um homem estende a mão e despenteia o seu cabelo loiro curto. Uma manifestante, uma jovem mulher, intervém e parece tentar levar Júlia para longe da multidão. Júlia continua a tentar empurrar o grupo e é aí que a violência começa.

Ela é agarrada, empurrada e socada na cabeça. Outro homem pode ser visto pontapeando-a. O ataque termina abruptamente quando a polícia chega para intervir.

O grupo LGBTI francês, Stop Homophobie, alegou que os policias a trataram como "senhor". tendo-lhe inclusivamente dito para "não se vestir assim".

"É chocante, mas acontece com frequência", disse Júlia à revista francesa Le Point. "Fui alvo porque sou uma minoria. Eles viram-me como um homem vestido como uma mulher e fizeram-me entender claramente que não era normal ”.

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Lara Crespo

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