O estudo, realizado por Sónia Teixeira, Erin Cunha e Ana Sani, sublinha que «a criança é um indivíduo com menos recursos para aguentar e escapulir-se à violência».
«O impacto da violência directa ou indirecta sobre a criança vai depender de aspectos como o tipo de ofensa, as características prévias da criança e as percepções e interpretações da pós-vitimização», afirmam os autores.
O documento é um de entre as várias dezenas que estão a ser apresentados no Congresso sobre «Intervenção com Crianças, Jovens e Famílias», promovido pelo Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, que hoje começou em Braga com a presença de investigadores portugueses, brasileiros, espanhóis e americanos.
A iniciativa conta com a presença de Charles Buchanann Jr., administrador da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, do Juiz Conselheiro Armando Leandro, Presidente da Comissão Nacional de Crianças e Jovens em Risco, e de Maria Luísa Alonso, presidente do Instituto de Estudos da Criança.
O documento, cuja investigação decorreu com base na experiência do Centro de Acolhimento Mãe de Água, de Valongo, defende que, «quando se verifica uma situação de risco, a institucionalização - o internamento da criança - é uma alternativa possível, pois possibilita-lhe um maior desenvolvimento físico e mental».
Um outro estudo sobre «Juventude e Risco», elaborado por Norberto Martins, do Ministério da Justiça, evoca a legislação produzida em 1999, de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, e a Lei Tutelar Educativa, considerando que as duas «não podem estar de costas voltadas, pois, muitas vezes, as crianças com comportamentos delinquentes estão, elas próprias, numa situação de perigo».