"Em muitos casos são pessoas que estão em guerra com elas próprias e transportam este conflito interno para o exterior", explica o co-autor Dr. Richard Ryan, professor de psicologia na Universidade de Rochester, numa declaração escrita.
Em quatro experiências independentes realizadas nos EUA e na Alemanha, cada uma envolvendo uma média de 160 estudantes universitários, os cientistas tentaram medir as diferenças entre o que as pessoas dizem sobre a sua orientação sexual e como realmente reagem na prática. As suas descobertas foram publicadas na edição de abril do Journal of Personality and Social Psychology.
Numa das experiências, os cientistas usaram testes com palavras e imagem para preparar subliminarmente os participantes com a palavra "me" ou a palavra "outros", de seguida, pediram-lhes para colocar as mesmas palavras e imagens nas categorias "gay" ou "hetero". Numa segunda experiência os participantes viram fotos de pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto para testar a atração implícita - ou inconsciente - pelo mesmo sexo ou sexo oposto. Outras experiências mediram os níveis de homofobia, através de questionários ou questionado os participantes sobre a perspectivas de "educação e pais".
Combinando esta informação, o estudo mostrou que os participantes com os pais que aceitam a homossexualidade são mais aberto e conscientes da sua orientação sexual implícita, enquanto que aqueles com pais autoritários foram mais propensos a negar a sua orientação sexual implícita. Os pesquisadores descobriram que os participantes que disseram que eram heterossexuais, mas revelou reações diferentes nos testes implícitos eram mais propensos a agir com hostilidade contra os gays.
"Numa sociedade predominantemente heterossexual, conhecer-se a si mesmo, pode ser um desafio para muitos indivíduos homossexuais. Mas em lares controladores e homofóbicos, ter consciência de uma orientação sexual minoritária pode ser aterrorizante," disse em comunicado o co-autor Dr. Neta Weinstein, professor na Universidade de Essex. Essas pessoas arriscam-se a perder o amor e a aprovação dos seus pais, se revelarem a atração que sentem por pessoas do mesmo sexo, continou Weinstein, por isso é mais fácil para eles negar ou reprimir essa parte de si mesmos.
Os pesquisadores dizem que este estudo é o primeiro a mostrar a importância tanto dos pais como da orientação sexual na formação do medo intenso e visceral que é a homofobia.
Segundo os autores, estas conclusões podem ajudar a explicar casos surpreendentes em que proeminente ativistas anti-gays são apanhados em relações homossexuais, como o pastor evangélico Ted Haggard que esteve envolvido num escândalo sexual de 2006.