Horberg, que estuda pacientes infectados por VIH no grupo de trabalho Kaiser Permanente nos hospitais da Califórnia, quis saber como é que os pacientes infectados com VIH e sob terapêutica anti-retroviral reagiam após uma intervenção cirúrgica. Ele compara-os com pacientes não infectados, da mesma idade e sexo, que foram submetidos às mesmas intervenções cirúrgicas. O estudo documentou que, no geral, os pacientes infectados por VIH reagem bastante bem. No entanto, Horberg observou que os pacientes infectados com VIH que apresentavam um quadro clínico pior, com cargas virais mais elevadas e uma imunodeficiência mais avançada, reportavam um aumento da incidência de pneumonias durante o ano seguinte à operação, e mais alguns casos de mortalidade.
O estudo concluiu que os médicos não deverão negar intervenções cirúrgicas a pacientes infectados por VIH, com medo que estas lhes tragam complicações. Horberg recomenda que, se a cirurgia for urgente, vão em frente e façam-na, mas prestem muita atenção à questão pulmonar durante e depois da cirurgia. Se a cirurgia for electiva, se for possível esperar um pouco mais, coloquem-nos sob terapêutica anti-retroviral; mantenham os seus níveis virais sob controlo; e na maioria dos casos, pode ser feito em menos de seis meses.
O relatório Surgical Outcomes in Human Immunodeficiency Virus-Infected Patients in the Era of Highly Active Antiretroviral Therapy, foi editado no Archives of Surgery (2006;141;12:1238-1245).