A discriminação com base na orientação sexual é expressamente proibida na Constituição Portuguesa. Mesmo assim, ao arrepio da Lei Fundamental, o exercício de alguns direitos permanece interdito aos homossexuais portugueses. Gays, lésbicas, bissexuais, pessoas que mudaram de sexo e heterossexuais desfilam hoje Avenida da Liberdade abaixo, reclamando: Cumpra-se a Constituição: Homofobia Não!. Trata-se da 6.ª Marcha do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), este ano com dois madrinhos heterossexuais: os escritores Rui Zink e Inês Pedrosa.
Hoje à tarde, cerca das 17 horas, no Marquês de Pombal, de onde parte a Marcha, será lido o manifesto que sintetiza as reclamações de quem tem orientação sexual minoritária. Tal como em Espanha, queremos a revisão do Código Civil para que passe a permitir o igual acesso de casais de gays ou de lésbicas ao casamento civil - esta é uma das reivindicações incluídas naquele documento . Do confronto entre a realidade e o texto constitucional resulta claro para homossexuais e lésbicas que enquanto o casamento civil não for alargado aos casais de pessoas do mesmo sexo, é o Estado que classifica as nossas relações de indignas e é afinal o Estado que continua a chamar-nos fufas e paneleiros. Gays, lésbicas e pessoas que mudaram de sexo assumem no manifesto: O igual acesso ao casamento civil é a nossa reivindicação clara, a nossa exigência democrática, o nosso grito pela liberdade e igualdade. Tal como para a Marcha, para o Arraial Pride a partir das 20h00, no Parque do Calhau, em Sete Rios/Monsanto estão convidados todos os heterossexuais que, como Rui Zink e Inês Pedrosa, combatem a discriminação baseada na orientação sexual. Algumas figuras conhecidas do público vão desfilar na Avenida da Liberdade. Entre elas estará o actor Alexandre Frota que, depois da Marcha, participa, a partir das 9 horas de amanhã, num after-hours na discoteca Garage, em Lisboa, como DJ, com música tribal e tribal house.