Numa declaração aos jornalistas, nos Passos Perdidos do Parlamento, Alberto Martins disse ter entregado a proposta na Comissão de Assuntos Constitucionais, onde deverá ser discutida e votada na próxima semana.
Segundo o líder parlamentar socialista, o diploma prevê uma consulta médica obrigatória, um acompanhamento facultativo, no âmbito psicológico e da assistência social, um período de reflexão mínimo de três dias e posteriormente um encaminhamento para o planeamento familiar.
Esta iniciativa, que é do PS, do PCP, do BE e do Partido Ecologista 'Os Verdes' destina-se a criar as condições para a aprovação de uma lei o mais alargada possível, declarou.
Alberto Martins referiu que nenhum deputado do PSD nem do CDS-PP participou na elaboração do projecto de lei, mas que os partidos subscritores estão abertos à assinatura de outros deputados.
"Este processo contou à partida com os partidos que tomaram posição pelo 'sim'", mas os seus subscritores pretendem que seja aprovada com o "o maior consenso possível", explicou.
O dirigente socialista salientou que "a lei tem como objectivo central permitir que a decisão da mulher seja uma decisão, livre, responsável e consciente", no respeito pelo "voto popular" no dia 11 deste mês.
A proposta, bem como eventuais alterações que venham a ser apresentadas, será discutida e votada na especialidade na Comissão de Assuntos Constitucionais. A comissão reúne-se esta quarta-feira, mas o seu presidente, Osvaldo Castro, já veio sugerior que esse processo só tenha início na semana seguinte, por ser preciso tempo para os partidos analisarem as iniciativas.