Também demonstraram o seu descontentamento com actos violentos sofridos por transexuais, travestis e trabalhadoras do sexo por elementos do Cuerpo de Agentes Metropolitanos (CAM), de San Salvador.
A situação de intolerância e violência aumentou a partir da discussão na Assembleia Legislativa sobre a proibição dos casamentos gays em El Salvador, controvérsia que tem o apoio da Igreja Católica pela negativa e que, de acordo com Ana Cisneros, membro da Alianza por la Diversidad Sexual, "gerou uma onda de discriminação e ódio contra a comunidade LGBTT."
Cisneros afirmou ainda que é preocupante que nas últimas semanas se tenham registado oito casos de homicídio e que o actual presidente da câmara de San Salvador, Norman Quijano, através da CAM, tenha começado a "atacar nas ruas a comunidade de trabalhadores sexuais, transexuais e gays em geral. "
Francesca Reyes, transexual (trabalhadora sexual), informou que esta semana foi agredida por duas vezes por agentes do CAM. "À noite, eu trabalho numa esquina perto da antiga embaixada e em mais de duas ocasiões os da CAM saíram do carro e fui agredida duramente com bastões, exigindo-me que saísse dali, porque o que eu estava a fazer era uma violação da moral", declarou.
Além disso, afirmou que diariamente observa como agredem fisicamente outras das suas companheiras e lhes lançam com gás pimenta.
Estes casos de agressão e ataques contra a dignidade e segurança estão sendo documentados por organizações de LGBTT, a fim de terem argumentos técnicos que demonstram que este tipo de acções, decorrentes das crenças religiosas, mitos e preconceitos são violações dos Direitos Humanos, disse William Hernández, diretor da Associação "Entre Amigos", que registaram até ao momento, quatro casos de trabalhadores sexuais espancados e cinco assassinatos.