PortugalGay.pt Pocket!
Índice Notícias
PORTUGAL: Entrevista com Sérgio Vitorino sobre a dádiva de sangue por homens que tem sexo com homens
Sex, 19 Fev 2021

1. pág. anterior...
PORTUGAL: Entrevista com Sérgio Vitorino sobre a dádiva de sangue por homens que tem sexo com homens
Pelo GTH passaram várias gerações de pessoas, desde logo o seu fundador, José Carlos Tavares, acompanhado de nomes como Francesca Rainer, Fernando Guerreiro (falecido há dois anos) ou António Gomes da Costa, sendo mais tarde coordenado por William Aguiar (também já desaparecido) e depois por mim próprio, e tendo durado o suficiente para fazer parte do nascimento e das primeiras edições da Marcha do Orgulho de Lisboa (então de âmbito "nacional").

PG - Com a dissolução do PSR o GTH também se extinguiu, esta e outras lutas foram posteriormente assumidas por um novo grupo, denominado Panteras Rosa. Queres contar um pouco quem são as Panteras Rosa (PR), e como surgem? O sangue é a luta aqui em foco, mas queres falar um pouco como foi por exemplo a luta por um casal de lésbicas quando viram o prédio onde viviam ser demolido e serem as únicas sem direito a habitação, estávamos em 2004? Quem foram os protagonistas dessa luta? Uma questão leva à outra, as PR fizeram inúmeras iniciativas na luta contra a discriminação na dádiva de sangue por homens que tem sexo com homens, fala-nos um pouco disso, e de quem foram os protagonistas para alem das PR nessa fase da luta?

SV - Com a fusão do PSR no atual Bloco de Esquerda, o GTH extinguir-se-ia por volta de 2002/2003. Nesse hiato, mantive atividade no grupo de intervenção política da ILGA-Portugal e com várias outras pessoas que tinham integrado o GTH, e outras que não, num grupo lgbt do Bloco de Esquerda.

O surgimento das Panteras Rosa em 2004 corresponde de alguma forma à desilusão de um conjunto de pessoas com ambos esses planos, procurando fundar um grupo tanto livre da tutela partidária, como um coletivo político que não tivesse as mãos amarradas pelos compromissos da esfera institucional. Nesse sentido, a primeira ação direta das Panteras Rosa consistiu numa campanha contra a exclusão, pela CML, então presidida por Santana Lopes, de um casal de mulheres lésbicas, Liliana e Salete, no processo de realojamento do bairro da Cruz Vermelha do Lumiar, em Lisboa, cuja primeira atividade foi uma tentativa física - mal sucedida, mas com impacto público - de bloquear os buldózeres que iriam demolir a habitação do casal. O facto de se tratar de um caso contra o município, que apoiava a ILGA, desde logo com a cedência do espaço físico do então Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, limitava a associação num caso como este, precipitando a criação das Panteras.

3. pág. seguinte...

PortugalGay.pt (Portugal)

PortugalGay.pt Pocket!   @
©2000-2024 Todos os direitos reservados PortugalGay®.pt