7º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa
Diário - Sábado, 20
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Sábado, 20 - 18:00
Fórum Lisboa
Charlie e Anna são os dois melhores amigos de Gavin. Eles prometem ajudá-lo a morrer quando a sua doença terminal tiver chegado à recta final. Porém, a atitude mostra-se mais difícil do que parecia quando nem mesmo doses maciças de morfina são suficientes para morrer e têm de pensar num método mais drástico. Charlie acaba por sufocar Gavin colocando na sua cabeça um saco plástico. Depois do luto de uma morte que se pretendia dignificante, os dois atravessam uma montanha-russa de emoções que acaba por envolver Simon, o irmão mais novo de Gavin, e Frank, o seu ex-companheiro. Acusam-se mutuamente de traição e envolvem-se em acções ilícitas e paixões. No fim desta atribulada vivência, Charlie e Anna descobrem o verdadeiro significado da amizade, da lealdade e do amor.
Sábado, 20 - 20:00
Pequeno Auditório Fórum Lisboa
Descendentes directos de um rico e ecléctico legado do cinema alternativo, os Vídeos Activistas sobre a SIDA constituem hoje uma das mais significativas expressões culturais da epidemia da SIDA. Estes trabalhos resultaram de uma necessidade de resposta à epidemia, bem como de uma reacção às abordagens governamentais e dos media às problemáticas da SIDA. O vídeo, pelo seu baixo custo, acabou por constituir a forma mais eficaz de perpetuação de uma memória e, embora muitos deles criados como uma resposta imediata à crise, permanecem hoje de uma vitalidade extraordinária, conjugando uma sexualidade vibrante aos objectivos activistas.
A presente série de vídeos integra o Royal St. Marks AIDS Activist Video Collection da New York Public Library, que inclui, no total, mais de duas mil horas de material gravado. Os Vídeos Activistas sobre a SIDA têm como grande objectivo contar a história do vírus do ponto de vista daqueles por ele afectados, retratando a sua luta, não só contra a doença, mas contra a estigmatização de que são vítimas, num retrato político e pessoal. Este género constituiu uma alternativa às representações mainstream da SIDA que se regiam sob três vectores fundamentais: o gay branco acometido pelo vírus, a vítima inocente (não gay) e o toxicodependente de cor. Para as comunidades afectadas pelo vírus, os Vídeos Activistas sobre a SIDA revelaram verdadeiramente as complexidades clínicas, sociais, politicas e económicas da epidemia.
De 1981, altura do reconhecimento clínico da síndroma, até 1985, o ano da morte de Rock Hudson, a SIDA recebeu muito pouca atenção dos media, surgindo como uma doença associada aos gays e à sua suposta promiscuidade sexual. Embora com uma expressão crescente desde 1984, foi só a partir de 1987, com a criação da associação activista ACT UP New York, que os Vídeos Activistas sobre a SIDA ganharam um novo fôlego. Entre 1988 e 1993 foi o período de explosão deste género, com vídeos a ser produzidos em Los Angeles, São Francisco, Chicago e outras metrópoles americanas. Contudo, foi sempre de Nova Iorque que surgiu o maior número de obras, quer por ter sido o «epicentro» da epidemia e o núcleo mais fervilhante do activismo gay, quer porque entretanto haviam sido aí criadas as condições e infra-estruturas necessárias para os criadores destes vídeos. A partir de 1994 assistimos a um declínio deste género, coincidente com o enfraquecimento do activismo gay americano.
Os oito vídeos desta série são um exemplo da diversidade dentro dos Vídeos Activistas sobre a SIDA. No entanto, une-os a mesma urgência, compromisso e paixão.
Reclaiming Desire: How to Have Sex in an Epidemic
Este vídeo constitui uma resposta às questões ligadas ao sexo seguro, defendendo a sexualidade como parte integrante de qualquer ser humano.
Contando com a presença da estrela porno Casey Donovan, trata-se de um vídeo musical feito a partir de imagens de "Chance of a Lifetime" (1986), onde se promove o sexo seguro.
Onde se expõe directamente a diversidade do sexo seguro, não só entre gays, mas entre lésbicas.
Um retrato das relações «sero-discordantes».
Reúne quatro anúncios em inglês e espanhol que promovem o sexo seguro entre mulheres.
Vídeo onde se exploram as verdadeiras motivações subjacentes ao crescente fenómeno do sexo anal sem preservativo.
Produto da primeira geração de gays que cresceu já integrada no fenómeno da SIDA. Descrito pelo "Village Voice" como o primeiro vídeo punk gay avant-garde, passados quase vinte anos mantém o seu carácter sui generis. Altamente explícito, os seus autores embarcam numa (segura) aventura sexual pelos mais diversos fetiches.
Sábado, 20 - 22:00
Fórum Lisboa
Não é verdade que tenhamos herdado da pré-história, o feio hábito de escrever nas paredes. Se assim fosse, com a evolução, ter-se-ia visto algures, nas paredes de Roma "CÉSAR AMA CLEÓPATRA" e mais tarde, no Egipto, em hieróglifos, Marco António teria escrito "EU TAMBÉM..." Haveria, decerto, lembrança de uma varanda na cidade de Verona, pertença da família Capuletto, onde estaria escrito "ROMEU AMA JULIETA". Ou mais contemporaneamente, num muro da Alexanderplatz em Berlim, um sinistro apaixonado teria feito escrever "HITLER AMA EVA". Diógenes, certamente, seria o autor da frase escrita sobre as aduelas do lendário tonel "POR FAVOR NÃO ME TIREM O SOL". E junto a uma ponte do Sena o tempo ainda não teria apagado a confissão "NAPOLEÃO AMA JOSEFINA".
Não nada disso aconteceu. Nem mesmo o aproveitamento político da escrita das paredes, teria dado frases como estas "YANKS GO HOME", algures em muros da América Latina e , mais tarde em tantos outros pontos do globo, ou "ISRAEL AMA PALESTINA" num muro discreto de Tel-Aviv.
Em Portugal, mais à nossa maneira um qualquer muro de urbanização teria sido, conspurcado com frases deste género: "A ESQUERDA AMA A DIREITA" "O GOVERNO AMA O POVO", ou ainda "GOVERNO LOVES RTP". São infelizmente utopias!
Mas AMOR AOS PEDAÇOS, não. É real. Para gáudio de empreiteiros e mestres de obras, e para o desespero dos senhorios, tomou conta das paredes e veio para ficar. São desabafos de alma. Uns assumidos na primeira e na terceira pessoa do verbo AMAR. Outros, anónimos, como se o amor continuasse a ser pecado. São histórias de amor, apenas afloradas mas que podem seguir-se e completar-se, de rua em rua, de parede em parede. Algumas mesmo, com pleno direito à (in)diferença.
Um homem. Um gato? Um peixe? Uma casa. Os passos dentro desta casa. As ausências em torno destes passos. A busca da identidade, da comunicação com o outro e do amor. A poesia do cinema através do vídeo, linguagem intimista.
Um cão ladra e esgravata uma porta fechada. Um par de olhos e uma boca por trás de uma máscara de latex negro. Sérgio construiu o mundo à sua medida. Consumido por um desejo insaciável, só joga a ganhar. Indiferente a tudo, passa os seus dias entre um quarto arrendado numa pensão barata, sexo anónimo com homens e um emprego de homem do lixo no norte de Lisboa. Adormecido há muito numa infância que só partilha com Lorde, o cão de guarda do posto de recolha do lixo, insensível às sombras que tentam cercá-lo: o amor de Fátima, uma colega de trabalho; a estranha vigilância de um polícia; o desejo ambíguo do capataz...
Mas uma noite os seus olhos encontram o fantasma dos seus sonhos e acorda obcecado por amor. Enfeitiçado, Sérgio espia-o. Remexe-lhe o lixo. Invade-lhe a casa. Urina a cama dele, marcando território como um cão.
Agora não comanda o jogo mas persiste, apesar de saber que só pode perder.
O cerco de sombras cerra-se em torno dele. E as mãos que querem acariciar ficam algemadas, viciadas na rejeição.
Só lhes resta a vingança. A máscara do desejo, fato de latex negro, transforma-se na sua última morada.
Refugia-se no caos, nos restos que o mundo rejeitou.
Está sózinho. Já não é deste mundo.
Programas para maiores de 18 anos - Esta secção é meramente informativa, verifique eventuais alterações de programa junto da organização do festival.
Bilhete Quarteto - 3.00 EUR (2.00 EUR para membros de associações LGBT). Bilhete Cinemateca - 2.50 EUR. Entrada livre no Forum FNAC.
7º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa