Straight Sex
EUA, 2003
Mouncey Ferguson III
8 min., Cor
Inglês s/ leg.
Quando dois velhos amigos, um gay e uma lésbica, decidem fazer uma criança "à moda antiga," as coisas complicam-se.
When two old friends, a gay man and a lesbian, decide to concieve a child the "old-fashioned way," thing get complicated.
Transit
EUA, 2003
Kerry Weldon
4 min., Cor
O que é que acontece quando vivemos uma experiência que não conseguimos esquecer? Quando um simples olhar carrega em si mais energia e sexualidade do que pareces alguma vez ter experimentado na tua vida? A meio da noite, no metropolitano, uma troca de olhares promete tudo. Ou nada.
What happens when you have an experience that you can't let go? When a look holds more energy and sexuality than you have experienced in what seems like a lifetime? In the middle of the night on a downtown train, an exchange of glances promises everything. Or nothing.
Play Date
EUA, 2003
Elise Hurwitz
20 min., Cor
Inglês s/ leg.
Lia desenvolve uma atracção por uma outra mãe, no parque infantil. Conseguirá ela complementar as suas obrigações maternas com a concretização do seu desejo?
Lia develops a crush on another mom at the playground. Can she fulfil her parenting obligations and pursue her own desires?
Thoroughly Modern Mili
EUA, 2003
Dawn Westlake e Richard Berman
15 min., Cor
Inglês s/ leg.
Heroína internacional ou assassina imoral? Seja você a julgar! Junte-se ao canal internacional de reportagens especiais B.B.S., e veja como eles desvelam os segredos de Milicent-Therese ("Mili-Teri" para os amigos), a primeira mulher Capitã da Legião Estrangeira de França a ser convidada para os E.U.A., pela Administração Bush, para levar a cabo uma missão ultra-secreta.
International hero or immoral thug? You be the judge! Join international hard news network B.B.S. as they uncover the secrets of Milicent-Therese ("Mili-Teri" to her friends), the first female French Foreign Legion Captain to be invited to the U.S. by the Bush Administration to carry out a top secret mission.
Trencant el Tabu
Espanha, 2004
Judit Quintana e Anna Audet
3 min., Cor
Catalão c/ leg. em Português
Quatro mulheres, de idades entre a puberdade e a menopausa, decidem falar livremente frente à câmara sobre a masturbação feminina. Os seus testemunhos rompem com o tabu que recai sobre esta prática, manifestando as consequências do silêncio sobre o auto-erotismo como forma de autoconhecimento.
Four women, with ages between puberty and menopause, decide to speak out freely in front of the cameras on female masturbation. Their testimonies break the taboo associated to this practice, manifesting the consequences of the silence on self-eroticism as a means of self-knowledge.
Bianca Comes Out
Canadá, 2002
Almerinda Travassos
9 min., Cor
Inglês s/ leg.
A história revela-nos duas narrativas paralelas de saída do armário. A confissão de uma amante de telenovelas (a realizadora) cruza com a saída do armário de uma jovem lésbica no "All My Children". A realizadora coloca legendas em português à saída do armário de Bianca em homenagem à sua própria avó.
The story parallels two coming out narratives. The confession of a soap opera lover (the filmmaker) is interwoven with the coming out of a young lesbian in "All My Children". The director adds Portuguese subtitles to Bianca's coming out in homage to her own grandmother.
Nunca Mais te Livras de Mim
Portugal, 1993
Pedro Sena Nunes
12 min., Cor
Português
Maria do Carmo descobre que é seropositiva. Num impulso, dirige-se a casa de João, seu antigo companheiro. Três vidas, duas relações. Duas mulheres e um homem.
Maria do Carmo finds out she's HIV+. A sudden impulse drives her to João's house, her former boyfriend. Three lives, two relationships. Two women and one man.
Moderador: António Fernando Cascais
Louis-Georges Tin
"Por um dia mundial de luta contra a homofobia"
Miguel Vale de Almeida
"A homofobia na lei e na sociedade"
Gabriela Moita
"A homofobia na ciência"
António Fernando Cascais
"A homofobia dos outros e a dos próprios"
A homofobia é uma forma de discriminação e violência dirigida em primeiro lugar contra os homossexuais, ou a pessoas como tal negativamente percebidas. Na verdade, as atitudes homofóbicas confundem pessoas gays, lésbicas, bissexuais e transgénero numa amálgama indistinta sobre a qual se projecta o ódio e a discriminação, que podem chegar inclusivamente à maior violência. É o caso da agressão e do homicídio cometido de forma selvagem por iniciativa de indivíduos sós ou organizados, mas é também o caso da pena de morte a que alguns países ainda condenam todos quantos ousam amar uma pessoa do mesmo sexo ou que alteram as características que a religião ou o costume prescrevem para o seu género.
A homofobia desumaniza as suas vítimas, na medida em que as reduz à condição de meros objectos destituídos de quaisquer direitos ou de dignidade intrínseca, ou, sequer, de opinião e sensibilidade próprias.
Quando está na lei, a homofobia assume um carácter formal e então a violência encontra-se institucionalizada, desde a criminalização à prisão, aos maus tratos físicos e psicológicos, à recusa dos mais fundamentais direitos, liberdades e garantias que os cidadãos dos estados democráticos de direito se habituaram a dar por adquiridos.
Em regra, porém, a homofobia age de formas não ostensivas ou declaradas, é mais subtil, insidiosa e disseminada. Com efeito, e ao contrário do que parece poder deduzir-se da crescente visibilidade das mais variadas expressões gays, lésbicas, bissexuais e transgénero, e inclusivamente do reconhecimento legal da união entre pessoas do mesmo sexo em alguns países, a homofobia continua a ser uma realidade omnipresente nas nossas sociedades ocidentais, democráticas e, a todos os títulos, tolerantes.
Como o próprio nome indica, ela enraíza num medo, o medo do outro, que é, no fundo, o medo da contaminação pelo outro, do seu suposto poder de influência sobre nós, no que temos de mais íntimo e inconfessável e vulnerável. Esta homofobia tanto pode sublinhar que os direitos e a visibilidade são já demasiados e agitar o espantalho de uma vaga homossexual, como precipitar o pânico moral em relação aos indivíduos vulneráveis, nomeadamente as crianças e os jovens, erguendo então cruzadas que tanto podem escolher como alvo a educação sexual nas escolas como pura e simplesmente assimilar homossexualidade a pedofilia.
Mas a homofobia não é exclusiva da ignorância, da desinformação e do ressentimento normalmente atribuídos aos indivíduos ou às camadas mais desfavorecidas. Ela também se pode detectar, sob formas mais sofisticadas, entre as elites pretensamente esclarecidas e emancipadas. Existe homofobia entre as comunidades científicas, inclusive os terapeutas, no seio da classe política, entre os decisores económicos, os agentes culturais e nos meios académicos e intelectuais, nas confissões religiosas.
Porventura pior ainda, a homofobia é susceptível de ser interiorizada pelas suas vítimas, que assim voltam contra si próprias e os seus congéneres a hostilidade do meio que as rodeia. Lembre-se tão-só o exorbitante preço por ela cobrado nos suicídios de adolescentes incapazes de se aceitarem e desprovidos de quaisquer modelos positivos pelos quais possam construir as suas vidas.
Por tudo isto, o debate "A homofobia em questão" tem por propósitos essenciais fazer luz sobre as atitudes, as práticas e os sentimentos homofóbicos e divulgar as iniciativas para os combater, à cabeça das quais um Dia Mundial de Luta contra a Homofobia.
António Fernando Cascais
Chairperson: António Fernando Cascais
Louis-Georges Tin
"Towards an International Homophobia Awareness Day"
Miguel Vale de Almeida
"Homophobia in law and society"
Gabriela Moita
"Homophobia in science"
António Fernando Cascais
"The homophobia of the other and of oneself"
Homophobia is a means of discrimination and violence directed, in first place, against homosexuals or against other individuals who are negatively understood as so. In fact, homophobic attitudes melt gay, lesbian, bisexual and transgender individuals into an indistinctive amalgam, upon which hate and discrimination is addressed, leading, in some cases, to extreme violence. Such are the cases of aggression and savage murder committed by solo individuals or organized groups, but it is also the case of death penalty which in some countries condemns everyone who dares loving another person of the same sex or those who dare defy the rules that religion or social behaviour have dictated for their gender.
Homophobia dehumanizes its victims in the sense that it reduces them to the condition of mere objects deprived of any rights or intrinsic dignity, or even, of having their own opinion and sensitivity.
When homophobia is under the law, it assumes a formal character and violence becomes institutionalized, be it from criminalization to legal arrest, from physical and psychological violence to deprivation of basic rights, freedom and guarantees which common citizens, in a democratic state, are used to take for granted.
However, in general, homophobia assumes less declared and ostensive forms, revealing itself more subtle, directed and disseminated. Contrary to what it may seem like from the increasing visibility of the gay, lesbian, bisexual and transgender expressions, and inclusively from the legal recognition, in some countries, of same sex legal unions, homophobia is still an omnipresent reality in our democratic western societies, which claim to be tolerant at all levels.
As the designation itself indicates, homophobia is rooted in fear, the fear of the other, which is, in fact, the fear of being contaminated by the other and its supposed power to influence us in our intimacy, vulnerability, and most hidden secrets. This homophobia can either stress that some rights and visibility are already too much and raise the flag of a homosexual wave. Or it can instigate the moral panic among those who are more vulnerable, namely children and adolescents, leading campaigns that can either aim sexual education in schools or merely incorporate homosexuality to paedophilia.
Yet, homophobia does not exclusively result from the ignorance, lack of information and resentment normally associated to people from the lowest social layers. It can be detected, under most sophisticated ways, among the so called educated and emancipated elites. Homophobia can be detected in scientific communities, including therapists, among political and economical authorities, in cultural agents, academic and intellectual circles and among religious communities.
But the worse of all is maybe that homophobia is easily interiorised by its victims who tend to direct against themselves and their congeners the hostility of their surrounding environment. As a remind of this we have the enormous price paid by the number of suicides among youngsters unable to accept themselves and lacking of any positive alternative role model upon which they can built their lives.
For all these reasons, the debate "Questioning homophobia" has as main goals to bring some light on homophobic attitudes, practices and feelings, and build and spread the word on the initiatives to fight them, namely the International Homophobia Awareness Day.
António Fernando Cascais