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Filmes, Livros, Música

8º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa

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Sábado, 18 - 17:00
Forum FNAC (Debates)
A Homofobia em Questão
Debate
Debate - Debate
90 min. iCal Google Calendar
Moderador: António Fernando Cascais

Louis-Georges Tin
"Por um dia mundial de luta contra a homofobia"

Miguel Vale de Almeida
"A homofobia na lei e na sociedade"

Gabriela Moita
"A homofobia na ciência"

António Fernando Cascais
"A homofobia dos outros e a dos próprios"

A homofobia é uma forma de discriminação e violência dirigida em primeiro lugar contra os homossexuais, ou a pessoas como tal negativamente percebidas. Na verdade, as atitudes homofóbicas confundem pessoas gays, lésbicas, bissexuais e transgénero numa amálgama indistinta sobre a qual se projecta o ódio e a discriminação, que podem chegar inclusivamente à maior violência. É o caso da agressão e do homicídio cometido de forma selvagem por iniciativa de indivíduos sós ou organizados, mas é também o caso da pena de morte a que alguns países ainda condenam todos quantos ousam amar uma pessoa do mesmo sexo ou que alteram as características que a religião ou o costume prescrevem para o seu género.
A homofobia desumaniza as suas vítimas, na medida em que as reduz à condição de meros objectos destituídos de quaisquer direitos ou de dignidade intrínseca, ou, sequer, de opinião e sensibilidade próprias.
Quando está na lei, a homofobia assume um carácter formal e então a violência encontra-se institucionalizada, desde a criminalização à prisão, aos maus tratos físicos e psicológicos, à recusa dos mais fundamentais direitos, liberdades e garantias que os cidadãos dos estados democráticos de direito se habituaram a dar por adquiridos.
Em regra, porém, a homofobia age de formas não ostensivas ou declaradas, é mais subtil, insidiosa e disseminada. Com efeito, e ao contrário do que parece poder deduzir-se da crescente visibilidade das mais variadas expressões gays, lésbicas, bissexuais e transgénero, e inclusivamente do reconhecimento legal da união entre pessoas do mesmo sexo em alguns países, a homofobia continua a ser uma realidade omnipresente nas nossas sociedades ocidentais, democráticas e, a todos os títulos, tolerantes.
Como o próprio nome indica, ela enraíza num medo, o medo do outro, que é, no fundo, o medo da contaminação pelo outro, do seu suposto poder de influência sobre nós, no que temos de mais íntimo e inconfessável e vulnerável. Esta homofobia tanto pode sublinhar que os direitos e a visibilidade são já demasiados e agitar o espantalho de uma vaga homossexual, como precipitar o pânico moral em relação aos indivíduos vulneráveis, nomeadamente as crianças e os jovens, erguendo então cruzadas que tanto podem escolher como alvo a educação sexual nas escolas como pura e simplesmente assimilar homossexualidade a pedofilia.
Mas a homofobia não é exclusiva da ignorância, da desinformação e do ressentimento normalmente atribuídos aos indivíduos ou às camadas mais desfavorecidas. Ela também se pode detectar, sob formas mais sofisticadas, entre as elites pretensamente esclarecidas e emancipadas. Existe homofobia entre as comunidades científicas, inclusive os terapeutas, no seio da classe política, entre os decisores económicos, os agentes culturais e nos meios académicos e intelectuais, nas confissões religiosas.
Porventura pior ainda, a homofobia é susceptível de ser interiorizada pelas suas vítimas, que assim voltam contra si próprias e os seus congéneres a hostilidade do meio que as rodeia. Lembre-se tão-só o exorbitante preço por ela cobrado nos suicídios de adolescentes incapazes de se aceitarem e desprovidos de quaisquer modelos positivos pelos quais possam construir as suas vidas.
Por tudo isto, o debate "A homofobia em questão" tem por propósitos essenciais fazer luz sobre as atitudes, as práticas e os sentimentos homofóbicos e divulgar as iniciativas para os combater, à cabeça das quais um Dia Mundial de Luta contra a Homofobia.

António Fernando Cascais

Chairperson: António Fernando Cascais

Louis-Georges Tin
"Towards an International Homophobia Awareness Day"


Miguel Vale de Almeida
"Homophobia in law and society"

Gabriela Moita
"Homophobia in science"

António Fernando Cascais
"The homophobia of the other and of oneself"


Homophobia is a means of discrimination and violence directed, in first place, against homosexuals or against other individuals who are negatively understood as so. In fact, homophobic attitudes melt gay, lesbian, bisexual and transgender individuals into an indistinctive amalgam, upon which hate and discrimination is addressed, leading, in some cases, to extreme violence. Such are the cases of aggression and savage murder committed by solo individuals or organized groups, but it is also the case of death penalty which in some countries condemns everyone who dares loving another person of the same sex or those who dare defy the rules that religion or social behaviour have dictated for their gender.
Homophobia dehumanizes its victims in the sense that it reduces them to the condition of mere objects deprived of any rights or intrinsic dignity, or even, of having their own opinion and sensitivity.
When homophobia is under the law, it assumes a formal character and violence becomes institutionalized, be it from criminalization to legal arrest, from physical and psychological violence to deprivation of basic rights, freedom and guarantees which common citizens, in a democratic state, are used to take for granted.
However, in general, homophobia assumes less declared and ostensive forms, revealing itself more subtle, directed and disseminated. Contrary to what it may seem like from the increasing visibility of the gay, lesbian, bisexual and transgender expressions, and inclusively from the legal recognition, in some countries, of same sex legal unions, homophobia is still an omnipresent reality in our democratic western societies, which claim to be tolerant at all levels.
As the designation itself indicates, homophobia is rooted in fear, the fear of the other, which is, in fact, the fear of being contaminated by the other and its supposed power to influence us in our intimacy, vulnerability, and most hidden secrets. This homophobia can either stress that some rights and visibility are already too much and raise the flag of a homosexual wave. Or it can instigate the moral panic among those who are more vulnerable, namely children and adolescents, leading campaigns that can either aim sexual education in schools or merely incorporate homosexuality to paedophilia.
Yet, homophobia does not exclusively result from the ignorance, lack of information and resentment normally associated to people from the lowest social layers. It can be detected, under most sophisticated ways, among the so called educated and emancipated elites. Homophobia can be detected in scientific communities, including therapists, among political and economical authorities, in cultural agents, academic and intellectual circles and among religious communities.
But the worse of all is maybe that homophobia is easily interiorised by its victims who tend to direct against themselves and their congeners the hostility of their surrounding environment. As a remind of this we have the enormous price paid by the number of suicides among youngsters unable to accept themselves and lacking of any positive alternative role model upon which they can built their lives.
For all these reasons, the debate "Questioning homophobia" has as main goals to bring some light on homophobic attitudes, practices and feelings, and build and spread the word on the initiatives to fight them, namely the International Homophobia Awareness Day.

António Fernando Cascais


Programas para maiores de 18 anos - Esta secção é meramente informativa, verifique eventuais alterações de programa junto da organização do festival.
Bilhete Quarteto - 3.00 EUR (2.00 EUR para membros de associações LGBT). Bilhete Cinemateca - 2.50 EUR. Entrada livre no Forum FNAC.
 
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