Foi este sábado a cerimónia de encerramento mas antes dessa ocasião foram ainda algumas as opções de visionamento, e por isso trago-vos os comentários merecidos de algumas dessas opções.
Comecemos por I Shot My Love, o filme que havia ficado de comentar antes, trata-se do documentário muito bem conseguido e que nos transporta até aos sentimentos adquiridos no holocausto vincados ao longo dos tempos entre Judeus e Alemães. Aqui podemos ver que esses sentimentos não são de uma partilha generalizada, mostra-nos um jovem Israelita que se enamora de um alemão, este vai com o seu novo namorado para Israel e alem de ter de se adaptar encontra-se com a mãe do seu namorado que se apresente como uma anti, dizia ela anti qualquer coisa, quereria ela dizer que entendia muito bem quem fez o quê, e que a culpa da vergonha que foi o holocausto foi apenas de um homem que comandou milhares de outros homens mas isso não fazia do povo alemão um alvo a odiar ou abater, e por isso mesmo podemos observar uma sã convivência entre filho, mãe, e um alemão.
El Cónsul de Sodoma, uma história de amores, e amantes. De uma Espanha conturbada pela presença de Franco, e depois da mesma, fala-nos do poeta, celebrado ainda em vida de seu nome, Jaime Gil de Biedma (Barcelona 1929-1990). Um filme recheado de uma linguagem poética, de sensualidade, e que nos mostra a vida de um homem com uma sede insaciável de sexo, sempre renovado em novos amantes onde as mulheres não estão excluídas. Jaime é o bon vivant, o poeta rico, que pode comprar, viajar. Poderíamos por esta descrição pensar que estaríamos na presença de um homem feliz, mas este foi um homem de grandes tormentos, de uma guerra interior pelo sentimento de vergonha e embaraço que ele sabe provocar a seu pai, figura que muito respeita. Estivemos na presença de um homem que amou sem ser amado, ou que não sentiu o amor que buscava. Traduziria a vida de Jaime de Biedma com o excerto de um poema de Florbela Espanca: Amar, amar, amar este, aquele e o outro, amar todo a gente e não amar ninguém
Devia ainda falar-vos do documentário Dzi Croquettes mas sobre este, falar-vos-ei em separado, tal foi a impressão que este trabalho causou em mim, e em outras pessoas que comigo assistiram a esta impressionante produção.
Na gala de encerramento podemos ficar a saber os vencedores das diferentes modalidades e foram eles:
Melhor Longa-Metragem
El Último Verano de La Boyita (Argentina, Espanha, França, 2009, 86) de Julia Solomonoff
Melhor Actor
Lucas Ferraro
Plan B (Argentina, 2009, 103) de Marco Berger
Melhor Actriz
Guadalupe Alonso, Mirella Pascoal, Nicolas Treise
El Último Verano de La Boyita (Argentina, Espanha, França, 2009, 86) de Julia Solomonoff
Longa Metragem - Menção Especial do Júri
Open (EUA, 2009, 88) de Jake Yuzna
Melhor Documentário
Ångrarna (Suécia, 2010, 60) de Marcus Lindeen
Documentário - Menção Especial do Júri
I Shot My Love (Israel, Alemanha, 2010, 70) de Tomer Heymann
Melhor Curta-Metragem - Prémio do Público