«Este congresso apela às feministas para que mantenham o entusiasmo demonstrado durante estes três dias. Apelo ainda ao Governo para que dê a mesma voz e reconhecimento às feministas que dá às associações de juventude, IPSS, etc», declarou Salomé Coelho no encerramento do evento, que arrancou quinta-feira.
No dia em que se completaram 80 anos sobre a realização do II Congresso Feminista Português, o encerramento desta 3ª edição foi realizado na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, com a presença de vários convidados, entre eles, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão.
Jorge Lacão, que falou na sessão de encerramento, declarou que Portugal tem «ainda que andar muito para consagrar na prática o que já está consagrado na lei» no que respeita à igualdade de género, mostrando a convicção que existe «ainda muita gente com medo da igualdade das mulheres».
O secretário de Estado afirmou ainda que o Governo tem vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas que visam para promover a igualdade de género.
O alargamento da licença de paternidade, incentivos fiscais e monetários ao empreendedorismo feminino e a garantia de que a violência doméstica continua a ser considerada juridicamente como crime público, alargando ainda este tipo de qualificação para a violência psicológica entre os vários tipos de relações sentimentais, foram algumas das medidas referidas por Jorge Lacão.
Durante a cerimónia de encerramento foi ainda anunciado o início de uma petição on-line que será colocada no site da União Alternativa e Resposta (UMAR) contra uma medida do Ministério da Educação de Cabo Verde que estará a proibir as alunas do ensino secundária que engravidem de frequentar as aulas.
O Congresso terminou com a organizadora Salomé Coelho a manifestar «satisfação» e com a garantia de que «a luta é para continuar», com a realização de congressos «em breve».