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PORTUGAL: Eduarda Santos 1958-2023
Sáb, 21 Jan 2023

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PORTUGAL: Eduarda Santos 1958-2023
A nível de activismo trans, nessa época, havia somente uma voz em Portugal; a Jó Bernardo. A falta de representatividade era tal que, cada vez que um jornal queria entrevistar alguma pessoa trans, era à Jó que iam pedir que arranjasse alguém para o efeito. Na época, grupos e associações trans eram inexistentes, salvo a at, fundada pela Jó, e onde militavam algumas (poucas) pessoas trans. O Grit ainda não existia e basicamente quem lutava pela causa trans eram a at e as Panteras Rosa.

O segundo acontecimento que me lançou de vez no activismo foi o bárbaro assassinato de Gisberta, no Porto em Fevereiro de 2006. Já assumida, fiz a minha primeira aparição pública como activista (fora das marchas anuais) numa manifestação na Assembleia da República pela Gisberta, onde tive a minha primeira experiência da comunidade trans. Num caso tão horrível como foi o da Gisberta, aparecemos três pessoas trans, eu, a Lara Crespo e a Jó Bernardo. Com presenças das poucas associações/grupos existentes na altura, seríamos à volta de vinta a trinta pessoas.

A falta de mobilização da dita “comunidade” trans não me desmoralizou. Pelo contrário, foi a melhor demonstração que podia ter tido em como era necessário um maior activismo trans. A maior parte do activismo tem sido pela escrita. Foi numa mailing list partilhada por quem se dedicava à luta e nos meus blogues que tenho feito a maior parte. Agora é mais no FB.

Algumas polémicas

Muita coisa aconteceu, muitas amizades, e também muitas inimizades aconteceram durante estes anos. Recordo-me especialmente de um episódio. Um líder de uma organização lgbt deu uma entrevista a um determinado jornal em que dizia que as pessoas trans eram “gays mal assumidos com plumas no traseiro”. Estava-se ele a referir à presença de transformistas nas marchas, salvo erro. Bem, é claro que não me calei e vai de lhe responder à letra. Emails trocados e retrocados, a falta de argumentação levou aos ataques pessoais: ameaçaram-me de me boicotarem o meu processo, acusaram-me de ter enviado mensagens ofensivas através de uma rede de telm, que nem era a minha. Enfim, claro que depois ficou tudo em águas de bacalhau, ou seja, nada aconteceu.

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