A 28 de Março é divulgado um comunicado subscrito por diversas organizações de defesa dos direitos LGBT e não só criticando o convite para o concerto de 5 de Abril e denunciando diversas letras homofóbicas do cantor em que é feito explicitamente o apelo à morte dos homossexuais.
A 29 de Março primeiro soube-se que a TMN tinha-se desligado do evento, e a promotora anunciava que o concerto estava suspenso e esperava acordo com as associações. No entanto não houve relatos de nenhuma associação ter sido contactada pela Jah Live. Pouco depois o concerto é anunciado para o Coliseu dos Recreios tendo em conta a indisponibilidade do Armazém F, também conhecido como TMN Alive.
No próprio dia 5 de Abril soube-se que a RDP África tinha retirado o seu apoio ao evento e que a Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC) estaria a deliberar sobre a realização do mesmo. Segundo o Jornal de Notícias, a própria IGAC revelou falta de capacidade para atuar nesta situação visto que segundo a sub-inspetora geral, Paula Hipólito, para a "discriminação de género existe uma entidade, mas para a discriminação sexual não há nenhuma". No entanto a Comissão para a Igualdade de Género (CIG), apesar do seu nome, tem efetivamente também competências na área da orientação sexual, apesar do "técnico" da CIG que respondeu a um pedido da IGAC desconhecer esta realidade.
À noite terão sido pouco mais de uma centena as pessoas que entraram no Coliseu com bilhete, de 20 euros, para ouvirem Sizzla a cantar ao vivo. Do lado de fora cerca de três dezenas de manifestantes demonstravam o que lhes ia na alma sobre as letras de algumas das músicas do cantor jamaicano. Uma pessoa foi removida do exterior do Coliseu pela PSP após injúrias e a atuação de Sizzla que estava prevista para as 23:30 passou para a 1:30 da manhã.
Pelo meio ouviram-se apoiantes de Sizzla a defender que "a homossexualidade é criminalizada na Jamaiaca" e que ele apenas "está a defender as leis do seu país". Em Portugal o incentivo ao ódio com base na orientação sexual é crime.
No final ficou a sensação de alguma incapacidade por parte de diversas organizações de lidar com a situação quer do lado das ONGs de defesa dos direitos LGBT que ficaram, em geral, quase que "paradas" após o comunicado de uma semana antes e, pelo outro, as autoridades que revelaram não ter meios adequados para garantir a aplicação da lei em território nacional. E em jeito de conclusão as redes sociais em geral, e o facebook em particular, demonstraram ter cada vez mais capacidade de mobilização efetiva para este tipo de situações.