A ILGA teve estatuto ECOSOC de 1993 a 1994, mas foi destituído de sequência de um escândalo, orquestrado pela ala direita dos EUA, em que um pequeno número das 700 organizações membros da ILGA foram acusadas de não tomarem uma posição suficientemente forte sobre a idade de consentimento. Mais tarde a ILGA expulsou os membros em causa e alterou os seus estatutos de forma a serem mais claros e determinados sobre o assunto.
"A ILGA tem desde então feito pedidos para recuperar o estatuto, mas um pequeno grupo de países que patrocinam a homofobia tinha sido capaz de influenciar durante este tempo o voto na comissão que faz análise dos pedidos", disse a ILGA em comunicado.
Apenas 11 outras organizações LGBT têm estatuto ECOSOC. Este estatuto permite permite que as organizações não-governamentais possam participar de conferências e reuniões da ONU, apresentar relatórios escritos e declarações orais e realizar paineis em edifícios da ONU.
Embora a contagem oficial não esteja disponível neste momento, os ativistas LGBT que assistiram à sessão ECOSOC acreditam que pelo menos 29 nações votaram para restaurar o estatuto da ILGA: Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Coréia do Sul, Eslováquia, Equador, Espanha, Estados Unidos da América, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Índia, Itália, Japão, Letónia, Malta, México, Mongólia, Nicarágua, Noruega, Peru, Reino Unido, Suíça, Ucrânia e Venezuela.
Treze nações votaram contra: Arábia Saudita, Bangladesh, Camarões, China, Egito, Gana, Iraque, Marrocos, Namíbia, Paquistão, Qatar, Rússia e Senegal. Seis países abstiveram-se: Bahamas, Costa do Marfim, Guatemala, Ilhas Maurício, Filipinas e Ruanda.
"Este é um dia histórico para a nossa organização, que cura uma ferida de 17 anos de idade", disse Renato Sabbadini, Co-Secretário Geral ILGA. "Um agradecimento especial vai para a Bélgica pelos seus esforços incansáveis na construção de um consenso em torno desta questão, juntamente com os Estados Unidos da América e a Argentina."
Os outros grupos LGBT credenciados na ONU são International Wages Due Lesbians; Coaligação Australiana de Lésbicas Ativistas; ILGA-Europa (uma divisão autónoma da ILGA); Landsforeningen for Bøsser og Lesbiske (Associação Nacional de Gays e Lésbicas da Dinamarca); Lesben- und Schwulenverband in Deutschland (Federação de Gays e Lésbicas na Alemanha), o grupo nacional sueco LGBT RFSL (cujas iniciais são agora o seu nome completo); Coalition Gaie et Lesbienne du Québec (Coaligação de Gays e Lésbicas do Quebeque, Canadá), COC Netherlands (um grupo nacional de LGBT cujas antigas iniciais são agora o seu nome completo); Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgéneros, Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas e a Federación Estatal de Lesbianas, Gays, Transexuales y Bisexuales de Espanha.
Ao todo, cerca de 3.000 organizações não-governamentais têm estatuto consultivo da ONU.
Entre outras, fazem parte em Portugal da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo o site PortugalGay.pt e a Associação ILGA Portugal.