7º Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa
Programa Completo
Drama familiar passado no sul de Londres, onde as vidas dos intervenientes se cruzam entre paixões, angústias e descobertas.
Baseada na história verídica de Juliet Hulme e Pauline Parker, duas amigas que partilham uma paixão pela fantasia e pela literatura. As duas conspiram para matar a mãe de Pauline quando ela tenta acabar com a relação intensa e obsessiva das duas raparigas
Uma comédia que tem por cenário um lar para deficientes motores adultos perto de Toulon... e a N7. Tem como heróis, por um lado, René, miopata de 50 anos, de carácter irascível e rebelde, unanimemente detestado e, por outro lado, Julie, uma principiante educadora especializada, a quem foi confiada rapidamente a responsabilidade deste insubmisso.
As provocações de René não resistem à candura e à rectidão de Julie. Ele, que nunca se confiou a ninguém, confessa-lhe que deseja fazer amor com um a mulher antes que seja tarde demais, antes que a sua doença evolutiva o apanhe de vez.
Julie com a coragem desmesurada dos tímidos, vai à procura de uma destas prostitutas que trabalham ao longo da Nationale...
Uma história de amor e aventura entre duas jovens mulheres de diferentes estratos sociais e económicos, que se descobrem passando por todas as típicas batalhas de um novo romance.
Uma desigual equipa de agentes dos British Special Services, dirigida por um americano, tem por objectivo infiltrar-se, disfarçada, numa fábrica Enigma dirigida por mulheres, em Berlim, com o objectivo de recuperar o aparelho que possui o código secreto que permite acabar com a guerra.
Holden e Banky representam, neste filme, dois indivíduos comuns que só precisam de alguém que os ajude a trazer cá para fora os seus segredos ocultos. Alyssa Jones e Hooper LaMont são dois homossexuais um pouco mais experientes do que os primeiros. Em conjunto, Hooper e Alyssa mostram a Holden e Banky que ser gay não é tão mau como possam pensar. Entretanto, Holden desenvolve um amor "puro" por Alyssa, que ela acaba por retribuir, conduzindo Holden numa viagem pelas complexidades do amor nos anos 90.
Shy, uma butch de província, com um enervante complexo de Messias, muda-se para a grande cidade onde mergulha no mundo do crime. Na viagem, conhece a sua companheira Valentine, uma não muito esperta filha adoptiva que anda em busca da sua mãe biológica. Esta é a viagem solitária de duas impostoras que unem esforços numa jornada pelas ruas do submundo de São Francisco, onde acabam por aprender o verdadeiro significado da sobrevivência e a importância da amizade.
"Memento mori" é a expressão latina que significa "lembrem-se de que morrerão". Na atmosfera opressiva de um colégio para raparigas, uma das estudantes descobre um misterioso diário roxo que contém as páginas secretas do amor proibido entre duas alunas. De repente, a tranquilidade da instituição é perturbada pelo suicídio da dona do diário, ao qual se seguem numerosos assassínios rituais. As histórias de terror e suspense no ambiente claustrofóbico de uma escola para raparigas são um dos géneros mais populares nos filmes fantásticos na Ásia.
Dois espermas gays nunca foram destinados para fertilizar um óvulo. Mas e se a Vida decide de outro modo?
Elvira é uma rapariga de cerca de vinte anos, tão bela quanto insegura. Ela reúne-se com as irmãs Jimena e Sol na festa de aniversário da sua mãe Sofia, uma famosa pianista separada há anos do seu pai. Sofia aproveita das celebrações para comunicar às filhas uma notícia da máxima importância: voltou a apaixonar-se. As filhas acolhem bem as novidades. A sua mãe também as avisa que a nova companhia é algo mais jovem, nasceu na República Checa, e também é pianista... mas não acaba aqui: trata-se de uma mulher.
As três irmãs tentam reagir como as mulheres modernas e tolerantes que acreditam ser. Mas, na realidade, a notícia arrasou-as. A neurótica Elvira é a que fica mais abalada, pois a escolha da mãe resulta para ela numa profunda crise da sua própria identidade sexual. Para tornar tudo mais complicado, a crise coincide com o momento em que Elvira, que sempre teve relacionamentos desastrosas, conhece o homem que poderia tornar-se no amor da sua vida. As três irmãs esquecem rapidamente as boas intenções e dão início a um incrível plano para separar a mulher checa da sua mãe... um plano que terá os resultados mais inesperados.
Teerão, Outubro de 2000. Morvarid tem um ano e era um homem. Desde a sua operação, ela viva a sua feminidade resguardada dos olhares entre os quatro muros do seu apartamento. Pela primeira vez, põe um chador e prepara-se para sair enquanto mulher: vamos acompanhar a sua metamorfose
Um guia essencial sobre todos os aspectos de assumir a homossexualidade. "...se disseres às pessoas que és gay e elas se passarem, é um problema DELAS e não teu." Boy George
Julho de 1969. O homem prepara-se para dar os primeiros passos na Lua. Esther sonha com um casamento de prestígio, uma vida sossegada numa bela vivenda e uma brillhante carreira em medicina para a sua filha Sacha. Depois de dois anos passados em Montréal, Sacha regressa à Bélgica para anunciar à mãe que escolheu uma vida completamente diferente.
O primeiro vídeo pornográfico lésbico europeu - realizado por e para fufas.
AIRPORT é o primeiro vídeo porno/erótico lésbico realizado por e para lésbicas a ser lançado num país de língua germânica. Este trabalho, totalmente amador, é uma história em dois episódios sobre hospedeiras que aterram no aeroporto Tegel em Berlim e que têm a sua primeira experiência de sexo em grupo nas casas de banho do aeroporto. Mais tarde encontram-se todas numa cave escura para participar numa enorme festa "leather" de fufas. Finalmente, de volta ao aeroporto, trocam fotografias e números de telefone antes de voltarem a partir novamente para diferentes destinos. AIRPORT tenta colocar alguns elementos de humor na seriedade da sexualidade lésbica tentando brincar com alguns lugares comuns. AIRPORT tem passado com grande sucesso na maioria das grandes cidades alemãs e foi muito bem recebido pelo público lésbico.
Se a expressão francesa "La Petite Mort" equipara o orgasmo à morte, não poderá o contrário ser verdade: que a própria morte pode ser um pouco orgásmica? É esse o pressuposto implícito em "Overkill", do realizador americano A. H. Waugh. Filmado na Florida, E. U. A., "Overkill" oferece um pesadelo recorrente de combate masculino e morte que é claramente sugestivo de fantasia homoerótica. Uma dúzia de homens jovens e de rapazes encurralados numa selva interminável são tanto caça como caçadores; cada um irá repetidamente matar e ser morto até apenas restarem três... contudo, quem terá planeado isto, e como irá terminar? Uma combinação de acção real com técnicas de animação inovadoras é utilizada para exprimir de uma forma gráfica até agora nunca vista o regozijo de matar e o falecimento orgásmico dos vencidos. O combate homem-a-homem desapareceu virtualmente do mundo civilizado; contudo, muitos homens parecem estar ligados a um instinto primário, subconsciente, de experimentar contacto físico com um adversário masculino, de dominar pela força física ou pela astúcia, e finalmente de despachar o adversário conquistado de uma forma deliberada e sádica, frequentemente impalando-o com uma arma; o simbolismo visual deste acto é tudo menos subtil. Este instinto para muitos homens tem um subtexto sexual estimulante, e não é de forma alguma um fenómeno exclusivamente homossexual; de facto muitos homens heterossexuais reagem a este instinto e representações mais subtis do mesmo são frequentemente encontradas na cultura pop (por exemplo, no "Fight Club" de David Fincher), apesar de raramente abordado directamente. "Overkill" apresenta uma expressão fantasiosa deste fétiche, com todas as suas peculiaridades; o filme não é acerca de violência sangrenta e espantosa; de facto, os ataques e as mortes são apresentados de uma forma idealizada, idílica, cujas verdadeiras origens só se tornam claras na conclusão, a qual torna claro que esta fantasia se infiltrou na cultura popular de forma mais profunda do que qualquer um de nós alguma vez sonhou!
Segunda-feira pela manhã, Luís, típico "hetero" português levanta-se para sua rotina diária, para trás as lembranças de um fim de semana de caça.
Daniel, 40 anos, homossexual. Membro de uma família socialmente bem colocada, sente-se confortável consigo próprio. Frequenta o bairro gay de Madrid e ocasionalmente procura rapazes bem-parecidos, que nos últimos tempos calhou serem estrangeiros, principalmente do Leste da Europa. Daniel conhece Kyril, um búlgaro de 23 anos muito atraente, e apaixona-se por ele intensamente. O que se virá a revelar um encontro de Daniel com os seus reais desejos. Kyril é o parceiro ideal para uma viagem interior, o destemido alter ego que põe Daniel na eminência de perder o seu tranquilo estatuto social. Daniel enfrenta uma situação de perigo crescente: ampara os desvarios do seu amante com muito dinheiro, resolve uma situação que envolve um carro roubado e até arrisca a sua vida para tirar Kyril da prisão, transportando uma encomenda radioactiva para a Mafia búlgara.
Moisés Kaufman, juntamente com alguns membros do Tectonic Theater Project de Nova Iorque, foram até Laramie, no estado do Wyoming, depois do assassinato de Matthew Shepard. Trata-se da versão cinematográfica da peça de teatro por eles escrita, baseada em mais de 200 entrevistas levadas a cabo nesta cidade. O filme acompanha e, em certos momentos, encena, de forma cronológica, a visita de Shepard a um bar local, o seu rapto e espancamento, a descoberta do seu corpo atado a um gradeamento, a vigília no hospital, a sua morte e funeral e, finalmente, o julgamento dos assassinos. "The Laramie Project" mistura o género documental - as notícias nos media e testemunhos, na primeira pessoa, dos residentes de Laramie - com o trabalho dos actores que interpretam os amigos e família de Shepard, bem como os agentes policiais e os próprios assassinos. O filme termina com a encenação, em Laramie, do "Angels in America" - a peça gay escrita por Tony Kushner - um ano após a morte de Shepard.
"Lost and Delirious" é a história do primeiro amor de três raparigas adolescentes, a sua descoberta da paixão sexual e a sua busca de identidade. Passado num colégio interno, chique e privado, cercado por uma luxuriante floresta, "Lost and Delirious" passa pela rotina escolar, as saudades de casa e os disparates comuns às adolescentes e entra no mais complexo território da intriga amorosa.
Kade Farlow Collins é um TFM (Transgender de Feminino para Masculino) de dezasseis anos, residente em Tucson, Arizona. Os pais de Kade mantêm um relacionamento de apoio carinhoso para com este, tendo em conta os numerosos desafios que o seu filho adolescente tem de enfrentar, algo que, no entanto, nem sempre tem sido tarefa fácil.
À medida que o seu corpo se começou a transformar durante a puberdade, Kade tornou-se praticamente um suicida. Percebendo entretanto que o problema era bem mais complexo do que simplesmente Kade ser "Maria Rapaz" ou lésbica, a família procurou informação sobre o assunto. Através de um grupo de apoio local e pela Internet, a mãe de Kade encontrou livros e documentação referentes ao fenómeno do 'Transgenderismo'. Neste contexto, Kade e a sua família permitiram a realização de um documentário sobre as suas vidas, por forma a trazer este assunto ao conhecimento público.
Marc encontra certa noite, conhece o rapaz dos seus sonhos, mas ele desaparece repentinamente. Com a ajuda da sua amiga Celeste, Marc está decidido a encontrá-lo!
Às vezes é necessário uma população inteira para criar uma criança. Bem vindos ao mundo de Teo, um mundo politicamente correcto no que diz respeito à educação de uma criança, ao estilo lésbico de Berkeley.
O hilariante ensaio da cineasta de East Bay, Diane Dodge, TEACHING TEO, oferece conselhos sobre a educação infantil com que nem o próprio pediatra Dr. Spock alguma vez sonhou!
Com espíritas e astrólogos, um treinador de etiqueta e estilo, um conselheiro sobre nascimentos e um grupo promotor da desobediência civil, estes "auxiliares" de educação do bebé Teo asseguram-se de que ele estará pronto para enfrentar o século XXI, ao bom estilo Californiano!
Verão de 1870: a baronesa Clotilde dei Lucanegro e a sua prima Gesualda, oram na pequena igreja da sua aldeia napolitana. A baronesa não faz por menos, o que escandaliza Gesualda. À saída da Igreja, alguns mendigos apressam-se para receber a esmola.
Paolo sonha perante os actores que invadem a sua pequena e tranquila aldeia. De repente, o seu universo vacila, colocam-se questões. As personagens oscilam entre ficção e realidade. Uns com as suas certezas, os outros à procura de respostas.
Durante a Semana Santa, em Sevilha, Adan, um adolescente de 12 anos, terá um encontro com um rapaz de coro, que mudará a sua vida.
Em Portugal, a história da homossexualidade permanece obscura e por estudar em toda e qualquer área científica. Ao contrário do que acontece em quase todos os restantes países ocidentais, onde existe muito trabalho à volta da temática e esta tem merecido o interesse académico, em Portugal está tudo por fazer no que toca à recuperação de memórias orais ou documentais e informação. Uma lacuna que entendemos que esta exposição de carácter itinerante preenche com os seus 32 painéis temáticos.
Com esta exposição aprofundamos esta investigação histórica, de recolha de fontes e análise do que foi a vivência da homossexualidade nas várias décadas do século XX português e a sua repressão, bem como das representações da homossexualidade junto da opinião pública e das mentalidades.
AKA é a história de um jovem descontente em busca de amor, estatuto e identidade em Inglaterra nos finais dos anos 70. Dean tem 18 anos, é bonito e inteligente, mas sente-se embaraçado pelo seu passado de classe operária e pela sua família. Para conseguir ser alguma coisa, assume outra identidade e consegue infiltrar-se na alta sociedade. À medida que navega neste novo mundo decadente, conhece várias personagens, entre as quais David um gay mais velho que o deseja, e Benjamin um jovem chulo do Texas que também conseguiu um lugar entre a aristocracia. Será que David pode encontrar o amor vivendo uma mentira? Quanto está disposto a sacrificar para levar até ao fim essa charada? O realizador Duncan Roy apresenta AKA de uma forma impressionante através de três frames simultâneas em vez de uma, oferecendo ao público uma perspectiva mais profunda e mais complexa da cativante história de Dean.
Na Londres contemporânea, um rico e atraente jovem, Dorian Gray, está apaixonado por Sybil, uma aspirante a actriz. Graças a ela, ele está momentaneamente menos centrado em si mesmo. Dorian posa para um retrato a ser pintado pelo seu amigo Basil. Quando a obra termina, Dorian queixa-se de que ele próprio envelhecerá, ao passo que o seu retrato permanecerá inalterado. Nessa mesma noite, agride Sybil e expulsa-a de casa, aceitando o sedutor convite da anfitriã de uma festa para que durma com ela. No dia seguinte, a sua imagem no retrato é a de um homem um pouco mais envelhecido. Num misto de horror e fascinação, Dorian esconde o quadro e prossegue uma vida de decadência. Com o passar do tempo, e enquanto a sua imagem progressivamente se torna horrífica, é o próprio Dorian quem permanece inalterado. Por fim, ele e Basil confrontam-se com o quadro.
Vienna construiu um "saloon" fora da cidade e espera construir a sua própria cidade assim que a linha de caminho-de-ferro for construída. Mas as pessoas da cidade querem correr com ela. Quando quatro homens assaltam uma diligência e matam uma pessoa, as autoridades da cidade, lideradas por Emma Small, vão ao "saloon" para prender quatro amigos de Vienna, Dacin' Kid e os seus companheiros. Vienna faz-lhes frente e é ajudada pela presença de um velho conhecido seu, Johnny Guitar, que não é o que aparenta.
Na Noruega a homossexualidade era proibida por lei até 1972, mas mesmo assim havia actividade gay. Arne Heli foi um dos fundadores de um clube secreto para gays e lésbicas em 1950. Este é um filme sobre um tema difícil onde alguns homens contam pela primeira vez a história da sua vida. Arne Heli (78) é pai e avô mas também um dos pioneiros do movimento homosexual da Noruega. Hans Marius Trøseid (68) preferiu passar a sua vida em celibato enquanto que Ulf Tveten (68) decidiu casar com uma mulher. No filme tomamos também contacto com a realidade dessa altura na Suécia e Dinamarca.
Ao apaixonarmo-nos, corremos riscos. E trata-se de um jogo demasiado íntimo para conseguir aceitar facilmente o fracasso. Elena sabe que o período difícil que atravessa o seu casamento não é temporário. O seu marido, Alberto, um jovem e prestigiado engenheiro aeronáutico, acaba de abrir uma nova porta na sua vida e parece decidido a transpô-la com uma outra pessoa. Alberto não tem a intenção de enganar Elena, está apenas desorientado. Ama a sua mulher e o seu filho, mas a paixão que Diego desperta nele vai mais além do simples desejo. Diego, médico numa clínica privada, é um homem sem preconceitos, capaz de se atirar cegamente no amor, nem que para tal ponha em causa a sua própria estabilidade emocional e profissional, como lhe chama à atenção a sua chefe e melhor amiga, Eva. Crescem as traições, os momentos de dor e a desconfiança, interpondo-se entre os três amantes. O confronto é inevitável e a ruptura iminente. Mas Elena não está disposta a ceder. Depois de analisar friamente a situação, ergue a cabeça, cai nos braços de outros homens, acabando apenas por confirmar os seus mesmos sentimentos. Sem perder mais um minuto, volta a pôr as cartas na mesa. E Alberto tem de decidir entre os dois.
"Un chant d'amour" é uma curta-metragem notável: sórdida, brutal, provocadora. E, no entanto, poética e lírica, de resto como o título indica. Não pode ser considerada uma obra tão rica e sedutora, como "Querelle" de Fassbinder, e além da total ausência de humor, falta ao filme a riqueza verbal que geralmente caracteriza as obras literárias mais famosas de Jean Genet.
De facto, neste filme não existem de todo palavras, nem música nem qualquer outro tipo de som, apenas silêncio. O que é vital para o tema da obra. Situado numa prisão, com reclusos em celas solitárias, o filme explora a ideia da voz. A voz que tem o poder de falar, e por conseguinte representar o indivíduo na sociedade.
"Un chant d'amour" é uma curta-metragem notável: sórdida, brutal, provocadora. E, no entanto, poética e lírica (repetição?), de resto como o título indica. Não pode ser considerada uma obra tão rica e sedutora/cativante (???) como "Querelle" de Fassbinder, e além da total ausência de humor, falta ao filme a prolixidade/riqueza verbal(???) que geralmente caracteriza as obras literárias mais famosas de Genet. De facto, neste filme não existem de todo palavras, nem música nem qualquer outro tipo de som, apenas silêncio. O qual é vital para o tema da obra. Situado numa prisão, com reclusos em celas solitárias, o filme explora a ideia da voz. A voz que tem o poder de falar, e por conseguinte representar o indivíduo na sociedade.
Ao aceitar a sua proposta de casamento, Janet inicia uma viagem com Brad, para longe de Denton, no estado do Ohio, acabando os felizes noivos por se perder sob a chuva torrencial. Vão dar com o castelo do Dr. Frank-N-Furter, um travesti que dirige a convenção anual de visitantes do planeta Transexual. Frank-N-Furter revela-lhes a sua criação, um jovem de nome Rocky Horror, que tem medo do médico, rejeitando as suas insinuações sexuais. Quando Frank-N-Furter diz estar de regresso à galáxia Transilvânia, o mordomo Riff Raff e a criada Magenta dizem ter os seus próprios planos. (Um filme que requer a participação do público.)
O homem que chega, o rapaz que recebe o lírio, o misterioso montanhista, o rapaz que aparece à meia-noite, o homem atingido pela pistola-de-água, homens que mijam e sombras numa casa-de-banho pública com um anjo.
Gacchan vive com o seu amante Takayuki, mas tem o mau hábito de se "escapar por aí", e não ver nada de errado nisso, mesmo quando Takayuki se zanga após saber de cada nova "escapadela".
Chega o aniversário de Gacchan, e Takayuki espera-o em casa para celebrarem juntos. Gacchan, contudo, não só se esquece do seu próprio aniversário, como anda a engatar por fora. Quando Takayuki descobre, fica furioso e anuncia que vai enganar Gacchan, como retaliação. Assim, sai de casa a correr, gritando que só voltará depois de ter um pouco de gozo só dele.
Ao princípio, Gacchan fica indiferente, dizendo que Takayuki pode fazer o que quiser, mas depois começa a ficar preocupado e vai ter com Kotaro, o seu engate do dia, para lhe pedir conselho.
Após Kotaro correr com ele, Gacchan percorre os bares em busca do seu amigo, sendo seguido de forma estranha por Kotaro no seu carro. Na zona dos bares, Takayuki mete-se numa série de trapalhadas com indivíduos estranhos, apenas para ser salvo quando Gacchan, desesperado para travar o seu namorado, secretamente interfere.
De repente, Takayuki conhece Keiichi, um estranho de sorriso afável. Gacchan fica louco de ciúmes, mas Kotaro consegue frustrar-lhe todas as tentativas para travar Takayuki, e este, com Keiichi perdem-se sozinhos na noite de néon de Shinjuku.
Trata-se de um conto áspero sobre uma chefe de claque de uma escola secundária cujos colegas suspeitam ser lésbica e que não estão na disposição de aceitar. Megan tem tudo: é popular, bonita, namora com o capitão da equipa de futebol e é cheerleader (chefe da claque). A mãe e o pai, contudo, vêem alguns indícios preocupantes: a heroína é vegetariana e tem cartazes de Melissa Etheridge na parede do quarto. Razões suficientes para mandarem a sua filha para um campo de homo-reabilitação onde entra num programa de recuperação em cinco Níveis. Mas ela falha logo no primeiro: "Admitimos que fomos homossexuais." Megan recusa-se obstinadamente a entrar nessa do lesbianismo - até que a ideia de beijar uma rapariga surge de repente mais apelativa do que a troca de saliva com o seu namorado.
Um filme sobre o desejo... desejo frustrado. A realizadora e argumentista Deepa Mehta, de origem indiano-canadiana, regressa à sua terra natal para fazer este filme surpreendente acerca das batalhas entre o velho e o novo, entre o Este e o Oeste. As personagens de Fire estão encurraladas na paisagem cultural em mudança da Índia moderna. Elas querem obedecer desesperadamente a tradições profundamente enraizadas, mas sentem-se divididas pelas suas necessidades e paixões. Os homens e as mulheres encontram escapes muito diferentes para a pressão sexual poderosa que sentem. Os homens têm aventuras, vêem filmes porno de contrabando, ou entregam-se à abstinência espiritual. As mulheres, privadas da atenção dos maridos, escapam dos seus casamentos arranjados opressivos através do amor uma pela outra. Fire é um belíssimo e poderoso filme, com o potencial de ter tanta influência a nível social na Índia quando Thelma e Louise teve nos Estados Unidos. Trata-se de um filme feminista inovador na abordagem que faz ao tema sexo.
Descendentes directos de um rico e ecléctico legado do cinema alternativo, os Vídeos Activistas sobre a SIDA constituem hoje uma das mais significativas expressões culturais da epidemia da SIDA. Estes trabalhos resultaram de uma necessidade de resposta à epidemia, bem como de uma reacção às abordagens governamentais e dos media às problemáticas da SIDA. O vídeo, pelo seu baixo custo, acabou por constituir a forma mais eficaz de perpetuação de uma memória e, embora muitos deles criados como uma resposta imediata à crise, permanecem hoje de uma vitalidade extraordinária, conjugando uma sexualidade vibrante aos objectivos activistas.
A presente série de vídeos integra o Royal St. Marks AIDS Activist Video Collection da New York Public Library, que inclui, no total, mais de duas mil horas de material gravado. Os Vídeos Activistas sobre a SIDA têm como grande objectivo contar a história do vírus do ponto de vista daqueles por ele afectados, retratando a sua luta, não só contra a doença, mas contra a estigmatização de que são vítimas, num retrato político e pessoal. Este género constituiu uma alternativa às representações mainstream da SIDA que se regiam sob três vectores fundamentais: o gay branco acometido pelo vírus, a vítima inocente (não gay) e o toxicodependente de cor. Para as comunidades afectadas pelo vírus, os Vídeos Activistas sobre a SIDA revelaram verdadeiramente as complexidades clínicas, sociais, politicas e económicas da epidemia.
De 1981, altura do reconhecimento clínico da síndroma, até 1985, o ano da morte de Rock Hudson, a SIDA recebeu muito pouca atenção dos media, surgindo como uma doença associada aos gays e à sua suposta promiscuidade sexual. Embora com uma expressão crescente desde 1984, foi só a partir de 1987, com a criação da associação activista ACT UP New York, que os Vídeos Activistas sobre a SIDA ganharam um novo fôlego. Entre 1988 e 1993 foi o período de explosão deste género, com vídeos a ser produzidos em Los Angeles, São Francisco, Chicago e outras metrópoles americanas. Contudo, foi sempre de Nova Iorque que surgiu o maior número de obras, quer por ter sido o «epicentro» da epidemia e o núcleo mais fervilhante do activismo gay, quer porque entretanto haviam sido aí criadas as condições e infra-estruturas necessárias para os criadores destes vídeos. A partir de 1994 assistimos a um declínio deste género, coincidente com o enfraquecimento do activismo gay americano.
Os oito vídeos desta série são um exemplo da diversidade dentro dos Vídeos Activistas sobre a SIDA. No entanto, une-os a mesma urgência, compromisso e paixão.
Reclaiming Desire: How to Have Sex in an Epidemic
Este vídeo constitui uma resposta às questões ligadas ao sexo seguro, defendendo a sexualidade como parte integrante de qualquer ser humano.
Contando com a presença da estrela porno Casey Donovan, trata-se de um vídeo musical feito a partir de imagens de "Chance of a Lifetime" (1986), onde se promove o sexo seguro.
Onde se expõe directamente a diversidade do sexo seguro, não só entre gays, mas entre lésbicas.
Um retrato das relações «sero-discordantes».
Reúne quatro anúncios em inglês e espanhol que promovem o sexo seguro entre mulheres.
Vídeo onde se exploram as verdadeiras motivações subjacentes ao crescente fenómeno do sexo anal sem preservativo.
Produto da primeira geração de gays que cresceu já integrada no fenómeno da SIDA. Descrito pelo "Village Voice" como o primeiro vídeo punk gay avant-garde, passados quase vinte anos mantém o seu carácter sui generis. Altamente explícito, os seus autores embarcam numa (segura) aventura sexual pelos mais diversos fetiches.
Charlie e Anna são os dois melhores amigos de Gavin. Eles prometem ajudá-lo a morrer quando a sua doença terminal tiver chegado à recta final. Porém, a atitude mostra-se mais difícil do que parecia quando nem mesmo doses maciças de morfina são suficientes para morrer e têm de pensar num método mais drástico. Charlie acaba por sufocar Gavin colocando na sua cabeça um saco plástico. Depois do luto de uma morte que se pretendia dignificante, os dois atravessam uma montanha-russa de emoções que acaba por envolver Simon, o irmão mais novo de Gavin, e Frank, o seu ex-companheiro. Acusam-se mutuamente de traição e envolvem-se em acções ilícitas e paixões. No fim desta atribulada vivência, Charlie e Anna descobrem o verdadeiro significado da amizade, da lealdade e do amor.
Não é verdade que tenhamos herdado da pré-história, o feio hábito de escrever nas paredes. Se assim fosse, com a evolução, ter-se-ia visto algures, nas paredes de Roma "CÉSAR AMA CLEÓPATRA" e mais tarde, no Egipto, em hieróglifos, Marco António teria escrito "EU TAMBÉM..." Haveria, decerto, lembrança de uma varanda na cidade de Verona, pertença da família Capuletto, onde estaria escrito "ROMEU AMA JULIETA". Ou mais contemporaneamente, num muro da Alexanderplatz em Berlim, um sinistro apaixonado teria feito escrever "HITLER AMA EVA". Diógenes, certamente, seria o autor da frase escrita sobre as aduelas do lendário tonel "POR FAVOR NÃO ME TIREM O SOL". E junto a uma ponte do Sena o tempo ainda não teria apagado a confissão "NAPOLEÃO AMA JOSEFINA".
Não nada disso aconteceu. Nem mesmo o aproveitamento político da escrita das paredes, teria dado frases como estas "YANKS GO HOME", algures em muros da América Latina e , mais tarde em tantos outros pontos do globo, ou "ISRAEL AMA PALESTINA" num muro discreto de Tel-Aviv.
Em Portugal, mais à nossa maneira um qualquer muro de urbanização teria sido, conspurcado com frases deste género: "A ESQUERDA AMA A DIREITA" "O GOVERNO AMA O POVO", ou ainda "GOVERNO LOVES RTP". São infelizmente utopias!
Mas AMOR AOS PEDAÇOS, não. É real. Para gáudio de empreiteiros e mestres de obras, e para o desespero dos senhorios, tomou conta das paredes e veio para ficar. São desabafos de alma. Uns assumidos na primeira e na terceira pessoa do verbo AMAR. Outros, anónimos, como se o amor continuasse a ser pecado. São histórias de amor, apenas afloradas mas que podem seguir-se e completar-se, de rua em rua, de parede em parede. Algumas mesmo, com pleno direito à (in)diferença.
Um homem. Um gato? Um peixe? Uma casa. Os passos dentro desta casa. As ausências em torno destes passos. A busca da identidade, da comunicação com o outro e do amor. A poesia do cinema através do vídeo, linguagem intimista.
Um cão ladra e esgravata uma porta fechada. Um par de olhos e uma boca por trás de uma máscara de latex negro. Sérgio construiu o mundo à sua medida. Consumido por um desejo insaciável, só joga a ganhar. Indiferente a tudo, passa os seus dias entre um quarto arrendado numa pensão barata, sexo anónimo com homens e um emprego de homem do lixo no norte de Lisboa. Adormecido há muito numa infância que só partilha com Lorde, o cão de guarda do posto de recolha do lixo, insensível às sombras que tentam cercá-lo: o amor de Fátima, uma colega de trabalho; a estranha vigilância de um polícia; o desejo ambíguo do capataz...
Mas uma noite os seus olhos encontram o fantasma dos seus sonhos e acorda obcecado por amor. Enfeitiçado, Sérgio espia-o. Remexe-lhe o lixo. Invade-lhe a casa. Urina a cama dele, marcando território como um cão.
Agora não comanda o jogo mas persiste, apesar de saber que só pode perder.
O cerco de sombras cerra-se em torno dele. E as mãos que querem acariciar ficam algemadas, viciadas na rejeição.
Só lhes resta a vingança. A máscara do desejo, fato de latex negro, transforma-se na sua última morada.
Refugia-se no caos, nos restos que o mundo rejeitou.
Está sózinho. Já não é deste mundo.
Em 1957, Whale, o realizador de Barco das Ilusões, o Homem Invisível, Frankenstein e a Noiva de Frankenstein, já se tinha retirado há muito do brilho e glamour de Hollywood. Uma trombose liberta flashes de memória que tinham sido enterrados, sobre a sua vida em Dudley, a sua carreira cinematográfica, e de uma forma mais incisiva, as trincheiras durante a Grande Guerra. Assustado e só, conta muitas das suas experiências ao seu musculado jardineiro Clay Boone. Apesar da linha de separação que existe entre ambos, a sua amizade cresce. Confiante na sua governanta Hannah, que o contraria firmemente, o brilhante realizador cujo tempo já passou vê-se a escorregar incapaz de parar o declínio, e satizfaz as suas fantasias persuadindo Boone a posar para ele.
Kissing Jessica Stein é uma moderna comédia romântica que atenua a linha entre a amizade e a paixão, revelando uma engraçada, surpreendente e mordaz sobreposição entre ambas.
Jessica Stein - uma sensível mas neurótica jornalista nova iorquina - está "no fundo do poço" da sua vida emocional: o irmão está noivo, a melhor amiga grávida, ela não sai com ninguém há mais de um ano, e já não consegue dormir.
Depois de um encontro optimista mas atormentador, encontra por acaso um intrigante anúncio pessoal, cujo único senão é estar na secção "mulher procura mulher", ao qual, por ousadia e capricho, responde.
Assim conhece Helen, com quem, para sua surpresa, se identifica instantaneamente.
A noite de brincadeira, ligação e acalorado debate entre as duas culmina num beijo, que confunde e intriga Jessica...
Manuela perde o seu filho Esteban, 18 anos, num acidente. A grande obsessão do rapaz consistia em saber quem era seu pai, algo que ela sempre lhe tinha escondido. Em memória de Esteban, Manuela sente a necessidade de procurar o pai. Com esta intenção viaja para Barcelona, onde se reencontra com o seu antigo amor, agora transformado numa mulher conhecida por Lola.
The first days of WWI. Adrien, a young and handsome lieutenant, is wounded by a piece of shrapnel. He will spend the entire wartime at the Val-de-Grâce Hospital, in Paris. Five long years, and his life will change forever...
Louise e Nathalie andam na casa dos trinta anos. Reencontram-se depois de uma separação de mais de dez anos. Louise é protética dentária. Nathalie tornou-se actriz de teatro, o que as duas sonhavam ser um dia. Porque admira Nathalie, Louise deseja fazê-la feliz, mesmo contra a sua vontade, e anima-a para desempenhar o papel de "Lulu" com um prestigiado realizador. Vive por procuração a promessa de sucesso da sua amiga: mora com ela, participa no seu trabalho, e torna-se indispensável. Louise não permite qualquer descanso a Nathalie, e a relação entre as duas amigas acaba por se transformar numa engrenagem passional.
"La Bodega Bohemia" é um clube de cabaré em decadência nas ruas perdidas de Barcelona. Sendo actualmente um exemplo de destruição, continua a albergar um grupo de envelhecidas drag-queens, transexuais, animadores e outras excentricidades que ali se refugiam. Arrastando-se com bengalas e costas curvadas, regressando à vida assim que se maquilham e sobem ao palco, os performers do "La Bodega Bohemia" sobreviveram ao regime de Franco e formaram a sua própria família disfuncional. Agora, após a morte do seu proprietário, o clube vai fechar e aquele céu protector perder-se-á para sempre. Um retrato subtil e absorvente de uma comunidade de performers confrontados com o fim das suas carreiras e com a destruição da comunidade que construíram ao longo de décadas. Yo Soy Así desenrola-se lentamente, transportando-nos através do quotidiano das suas personagens até os juntar a todos numa última actuação no clube.
Programas para maiores de 18 anos - Esta secção é meramente informativa, verifique eventuais alterações de programa junto da organização do festival.
Bilhete Quarteto - 3.00 EUR (2.00 EUR para membros de associações LGBT). Bilhete Cinemateca - 2.50 EUR. Entrada livre no Forum FNAC.